Cheguei em Ubatuba em mais uma das animadas excursões da associação de funcionários da empresa em que trabalhei por 25 anos, antes de me aposentar. Era 24 de outubro de 2008 e o tempo estava chuvoso, logo me lembrei de um amigo que me disse, antes do início da viagem, que o apelido de Ubatuba era Ubachuva, pois chovia o tempo todo. Fiquei temeroso, pois adoro fotografar, mas no tia seguinte o sol surgiu e tivemos uma viagem excelente.
Todas as nossas excursões eram muito organizadas, extremamente divertidas e a preços bastante razoáveis, para serem acessíveis a todos os nossos colegas de trabalho. Esta viagem não foi diferente, o hotel (Hotel Coquille) é muito bom, perto da praia, e os restaurantes que estavam no programa eram todos muito bons. O melhor é não precisar se preocupar com dinheiro, porque tudo está incluído no preço da excursão, o que é sempre bom e relaxante.
Gostei muito da Praia Grande, onde ficamos a maior parte do tempo, nadando e batendo papo na areia, acompanhado de uma refrescante latinha de cerveja. Tirei dezenas de fotos, especialmente de surfistas, porque passei a minha juventude no Arpoador, Rio de Janeiro, e embora nunca tenha sido surfista, vivia no meio dos surfistas, mergulhando, pegando jacaré (surf sem prancha) e catando mariscos para fazer nosso delicioso almoço de praia.
Ao Norte, em direção a Parati (quem vai a Ubatuba deve aproveitar para conhecer Parati), as boas ondas das Praias de Itamambuca e Félix atraem muitos surfistas, já as Praias de Prumirim e Almada são praticamente desertas. Nas proximidades de Caraguatatuba, ao Sul, as tranquilas Praias de Domingas Dias e da Enseada são frequentadas por famílias, enquanto que a Praia Grande e a Praia do Tenório têm faixas de areia disputadíssimas. A cidade ainda tem mais: cachoeiras, ilhas para a prática de mergulho - como Anchieta e das Couves -, e muitas trilhas, tornando a capital paulista do surf em território livre para os adeptos de esportes diversos.
Ao longo do Parque Estadual da Serra do Mar há opções de trekking que percorrem praias desertas, costões, rios e ruínas de fazendas, sempre envolvidos pela Mata Atlântica. Os recantos isolados, porém, também podem ser explorados em passeios de escuna ou nos barcos dos nativos. Na alta temporada e nos feriados prolongados a vida noturna de Ubatuba desperta animada e não termina tão cedo. Nos arredores das praias de Itaguá e do Cruzeiro, no Centro, bares e boates investem nos estilos musicais diversificados. Na mesma região se concentram os restaurantes de frutos do mar e de cozinha internacional. O destaque dos cardápios, entretanto, é uma receita caiçara: o peixe com banana, batizado de Azul-Marinho.
Maior queda d´água da região, Água Branca tem 120 metros. Como é muito limpa, é indicada para um revigorante banho depois da pesada caminhada de seis horas para alcançá-la. É fundamental contar com o acompanhamento de um guia, uma vez que a região é repleta de trilhas que levam a outros destinos. Ao longo do caminho encontram-se cascatas como do Corrêa, do Zé, da Renata. Um passeio fantástico para quem está em forma.
Lupércio Mundim