A história de Luxemburgo começa com a aquisição do Lucilinburhuc (atualmente denominado Castelo de Luxemburgo, situado no penhasco de Bock) por Siegfried, Conde das Ardenas, em 963, através de um ato de troca com a Abadia de São Maximin em Trier. Ao redor deste forte uma cidade gradualmente se desenvolveu, tornando-se o centro de um estado de grande valor estratégico. Em 1437 ocorreu uma grave crise na família real de Luxemburgo, pela falta de um descendente masculino para assumir o trono, o que levou a Duquesa Elisabeth a vender o território a Philip o bom, Duque de Burgundy. Após esta época o Grão-Ducado prosperou, sendo governado por diversas famílias reais.
Em 2007 passei dois dias em Luxemburgo e fiquei encantado com uma cidade tão limpa, ordeira, bonita e diferente de tudo o que eu já havia visto em minhas andanças pelo mundo. No primeiro dia nós fizemos apenas uma caminhada, começamos pela Avenue de la Liberté e suas bonitas lojas, passamos em frente ao magnífico prédio do Banco de Luxemburgo e fomos para a Ponte Adolphe, para apreciar o belo parque às margens do Rio Petrusse, com muito verde e jardins floridos. Os habitantes de Luxemburgo descem várias dezenas de degraus para fazer caminhadas neste parque, que fica uns trinta metros abaixo do nível da ponte e do centro da cidade.
Em seguida atravessamos a ponte, seguimos pelo Boulevard Franklin Delano Roosevelt e visitamos o Monumento Souvenir, em lembrança dos mortos na Primeira Guerra Mundial. Seguimos o boulevard e visitamos o Monumento Nacional da Solidariedade, erigido em memória dos que morreram na Segunda Guerra Mundial, também conhecido como Munumento da Chama Eterna, porque em sua frente há uma escultura com uma chama que nunca se apaga. Cruzamos o Rio novamente pelo Viaduc (Passerelle) e retornamos pelo Boulevard de la Petrusse.
No final do dia retornamos ao hotel, onde saboreamos um delicioso jantar e um merecido descanso. No dia seguinte visitamos outras atrações da cidade, como a igreja de Sacre Coeur de Luxemburgo, o Museu Nacional de Arte e História, o Palácio do Grão Duque, a Cidadela do Espírito Santo, Cemitério Americano, Filarmônica de Luxemburgo, Casamatas do Penhasco Bock, o Caminho da Cornija e o Museu de Arte Moderna de Luxemburgo.
A natureza multicultural de Luxemburgo (que já foi dominada por borgonheses, espanhóis, franceses, austríacos e prussianos) é demonstrada pelo lugar de destaque que ela ocupa na Europa. Precursora da Comunidade Européia (lá nasceu Robert Schuman, que em 1950 lançou a idéia da Comunidade Européia), e em Luxemburgo estão as sedes de várias e importantes organizações européias, como o Tribunal de Justiça da União Européia.
Ao sair da cidade de Luxemburgo pela rodovia A3 e prestes a tomar a Autoroute de l'Est com destino a Strasburgo, pensei que eu moraria tranquilamente em Luxemburgo se isto fosse possível, apesar de ter outras preferências, por se tratar de um lugar extremamente limpo, organizado e seguro. Deve ser muito bom morar em um lugar onde não existe inflação, onde os crimes são tão raros que logo se transformam em manchete dos jornais, em um lugar tão bonito e tranquilo. Dizem que o português é a terceira língua mais falada no Grão-Ducado (depois do alemão e do francês), devido ao grande número de imigrantes...
Lupércio Mundim
